Previous Page  11 / 71 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 11 / 71 Next Page
Page Background

11

restringiu a competência da Justiça Federal e limitou a garantia do

habeas corpus

(ANDRADE, 2008, p. 267; CARVALHO, 2001, p. 62).

As eleições de 1926 foram vencidas por Washington Luís, que assumiu a

Presidência em um momento de relativa tranquilidade devido à contenção do avanço do

movimento operário que marcou os primeiros anos da República, o término da Coluna

Prestes e a diminuição dos conflitos inter-regionais. A situação ficou crítica com a crise

econômica internacional ocasionada pelo

crash

da Bolsa de Nova Iorque, ocorrido em

outubro de 1929, que teve como uma de suas consequências a queda dos preços do café,

o principal produto brasileiro, no mercado internacional.

Além da crise econômica, o país foi palco de uma crise política gerada no grupo

dominante. Washington Luís, buscando fazer seu sucessor, indicou Júlio Prestes, outro

paulista, como candidato, rompendo o acordo com Minas Gerais, que seria responsável

pela escolha oficial. Tal fato levou o grupo mineiro a procurar outros núcleos de

oposição para articular uma candidatura dissidente, dando origem à Aliança Liberal,

formada por representantes das oligarquias do Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas

Gerais, por membros do Partido Democrático (PD), criado em São Paulo em 1926,

facções civis e militares descontentes. As propostas presentes na plataforma da Aliança

Liberal se agrupavam em torno da condenação das práticas políticas oligárquicas em

vigor desde a instalação do regime republicano, e preconizavam a reforma eleitoral, a

defesa do voto secreto, a moralização dos costumes políticos e das liberdades

individuais (FERREIRA; PINTO, 2006, p. 15).

Em junho de 1929, foi lançado como candidato o governador gaúcho, Getúlio

Vargas, tendo como vice o governador da Paraíba, João Pessoa. Houve uma acirrada

disputa eleitoral, mas o resultado foi favorável a Júlio Prestes. Em julho de 1930, João

Pessoa foi assassinado por motivações pessoais, fato que deu força à conspiração

revolucionária, resultando no golpe de 3 de outubro, que levou Getúlio Vargas a

governar o país por quinze anos.