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Nestor Sezefredo dos Passos

Publicado: Quinta, 11 de Abril de 2024, 00h00 | Última atualização em Quarta, 03 de Abril de 2024, 20h17 | Acessos: 98

Nasceu em Desterro, atual Florianópolis, província de Santa Catarina, no dia 29 de fevereiro de 1872. Era filho de José Filipe dos Passos e de Maria Vicência dos Passos. Em 1888, ingressou no curso preparatório anexo à Escola Militar da Corte. Em 1890, transferiu-se para o primeiro ano do curso geral da Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e no ano seguinte para o 6º Regimento de Cavalaria, em Santa Vitória do Palmar, na mesma província. Em 1893, foi desligado do Exército por sua participação na Revolução Federalista (1893-1895), junto às forças federalistas, lideradas por Gaspar Silveira Martins, contra o presidente do estado, Júlio de Castilhos, apoiado por tropas federais. Em 1895, recebeu anistia e foi  reincorporado ao Exército, no posto de alferes-aluno. Em sua carreira militar, ocupou os postos de segundo-tenente (1902), primeiro-tenente (1903), capitão (1907), major (1914), tenente-coronel (1917), coronel (1919), general de brigada (1922) e general de divisão (1926). Em 1899, retornou à Escola Militar, graduando-se bacharel em matemática e ciências físicas, em 1902. Atuou, junto às tropas federais do Exército, na contenção dos conflitos entre as oligarquias locais em Mato Grosso, nos primeiros anos da República. Participou da construção de linhas telegráficas, realizada pela Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, criada pelo presidente Afonso Pena (1906-1909) e chefiada por Cândido Mariano da Silva Rondon. Em 1905, dirigiu a construção de linhas telegráficas que integraram à rede o Forte de Coimbra, no município de Corumbá, estado de Mato Grosso. Em 1906, participou mais uma vez nas operações de controle dos conflitos em Cuiabá, após a queda do prefeito Antônio Paes de Barros, apoiado pelo governo federal. Em 1910, integrou as tropas federais que protegeram a fortaleza de Itaipu, em Santos, por ocasião da Revolta da Chibata (1910), ocorrida no Rio de Janeiro. Lutou contra os revoltosos na chamada Guerra do Contestado (1912-1916), entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina. Ferido em combate, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde comandou o 5º Batalhão do 2º  Regimento de Infantaria. Serviu no gabinete do ministro Alberto Cardoso de Aguiar, no governo de Delfim Moreira (1818-1919). Comandou a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, e esteve à frente do 1º Regimento de Infantaria na Vila Militar, quando teve início a chamada Revolta dos 18 do Forte de Copacabana e da Escola Militar do Realengo, primeiro levante tenentista, em que militares se revoltaram contra a prisão do marechal Hermes da Fonseca e o fechamento do Clube Militar, movimento político que se ancorava na insatisfação com o governo da República e a eleição do candidato situacionista Artur Bernardes. Em 1924, participou do combate à Revolta Paulista de 1924, movimento tenentista que pretendeu derrubar o governo de Artur Bernardes. Ao lado do marechal Cândido Rondon, dirigiu as ações contra os revoltosos na região oeste do Paraná. Foi nomeado ministro da Guerra na presidência de Washington Luís (1926-1930), e em sua gestão foram criadas a Arma de Aviação do Exército e a Escola de Educação Física do Exército, e aprovado o regulamento para a Escola de Engenharia Militar. Recusou o fornecimento de armas ao governador da Paraíba, João Pessoa, candidato à vice-presidência da República na chapa da Aliança Liberal, liderada por Getúlio Vargas, que combatia a Revolta da Princesa, liderada pelo comerciante de algodão José Pereira Lima, em que o município de Princesa Isabel declarou independência provisória do governo do estado. Com a Revolução de 1930, sob o comando de Getúlio Vargas, que assumiria provisoriamente o governo em 3 de outubro, que depôs Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes, foi reformado do Exército. Exilou-se em Portugal e retornou após alguns anos, mantendo-se afastado da vida pública. Morreu no Rio de Janeiro, em 18 de outubro de 1941.

 

Daniela Hoffbauer
Nov. 2023

 

Bibliografia

BENTO, Cláudio Moreira. A Revolta do Contestado nas memórias e nos ensinamentos militares de seu pacificador. Resende-RJ: FAHIMTB/IHTGRS, 2013. Disponível em: https://shre.ink/r0oJ. Acesso em: 11 dez. 2023.

COLUNA Prestes. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://+shre.ink/UlKS. Acesso em: 7 nov. 2023.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Edusp. 2010.

PASSOS, Sezefredo dos. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://shre.ink/Ulyu.  Acesso em: 23 out. 2023.

PONDÉ, F. Organização e administração do Ministério do Exército. Brasília: Fundação Centro de Formação do Servidor Público; Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1986. (História Administrativa do Brasil, v. 37).

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