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Alexandre Cassiano do Nascimento

Publicado: Quinta, 18 de Fevereiro de 2021, 11h47 | Última atualização em Quarta, 27 de Abril de 2022, 18h17 | Acessos: 1660

Nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 13 de agosto de 1856. Era filho de Casemira Lúcia Faria do Nascimento e de Manoel Lourenço do Nascimento. Seu pai foi coletor de impostos, juiz de paz, vereador e deputado provincial pelo Partido Liberal nas décadas de 1860 e 1870. Iniciou seus estudos em Pelotas, em 1876 transferiu-se para o Rio de Janeiro para realização do curso secundário e do preparatório para o curso de direito, concluído na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1880. Retornou ao Rio Grande do Sul, em 1881 foi nomeado promotor público na cidade de Rio Grande, e em 1882 se tornou juiz municipal na cidade de Santana do Livramento. Em 1884, voltou para Pelotas e passou a exercer a advocacia. Foi um dos organizadores do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) em sua região, ao lado do propagandista republicano e abolicionista Álvaro Chaves. Foi indicado pelo PRR candidato a deputado provincial em 1884, não tendo sido eleito. Esteve ao lado de outros republicanos que pressionaram os vereadores da Câmara Municipal de Pelotas a renunciar em favor de uma nova composição, após a Proclamação da República. Foi eleito deputado geral para a Assembleia Constituinte (1890-1891), tendo assumido a legislatura ordinária 1891-1893, tendo sido reeleito para os períodos 1894-1896, 1897-1899, 1900-1902, 1903-1905, 1906-1908; e como senador na legislatura 1909-1911. Esteve ao lado do líder da bancada riograndense deputado Júlio de Castilhos, que posicionou-se contra o golpe de 3 de novembro que fechou o Congresso Nacional e instaurou o estado de sítio, o que levou à renúncia do presidente Manuel Deodoro da Fonseca. Apesar de sua oposição inicial ao presidente empossado, Floriano Peixoto, acabou por alinhar-se ao governo em decorrência apoio da União ao  conflito que opunha seu partido ao Partido Federalista Brasileiro (PFB), fundado pelo liberal monarquista Gaspar da Silveira Martins, e daria origem a Revolução Federalista (1893-1895). Foi nomeado ministro das Relações Exteriores (out. 1893 – nov. 1894),  ministro da Justiça e Negócios Interiores  (nov. 1893 – nov. 1894) e interino da Fazenda (dez. 1893 – nov. 1894). Na pasta das Relações Exteriores enfrentou os problemas decorrentes dos desdobramentos da revolução Federalista, especialmente com o governo do Uruguai, cujo território era frequentemente invadido por grupos castilhistas (republicanos) e gasparistas (federalistas). Atuou ainda nas negociações para o fim da Revolta da Armada (1893-1894) e a prisão do almirante Saldanha da Gama, um dos líderes do movimento, e de 493 rebeldes sob suas ordens, que recebera asilo do capitão de fragata português Augusto de Castilho nas corvetas lusas Mindelo e Afonso de Albuquerque. O desenrolar as negociações levaria ao rompimento das relações diplomáticas entre Portugal e Brasil, retomadas apenas no governo de Prudente de Moraes. Em 1894, como ministro da Justiça, transmitiu a faixa de presidente da República ao paulista Prudente de Moraes, o primeiro civil a assumir o cargo, em virtude da recusa de Floriano Peixoto em comparecer ao ato da posse. Integrou a direção do Liceu Rio-Grandense de Agronomia e Veterinária (1890-1891), ao lado de Possidônio Mâncio da Cunha e José Gonçalves Chaves. Foi também vice-presidente do Rio Grande do Sul (1898-1903), ao lado de Borges de Medeiros, nome indicado por Júlio de Castilhos para sua sucessão no governo estadual. Publicou Correspondência trocada com a Delegação de Portugal e a do Brasil em Lisboa relativamente à entrega dos rebeldes refugiados a bordo das corvetas portuguesas (1894). Morreu no Rio de Janeiro, em 9 de setembro de 1912.

 

Daniela Hoffbauer
Mai. 2020.

 

Bibliografia

CASSIANO DO NASCIMENTO. Portal do Senado Federal. Disponível em:  Acesso em: 25 mai. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2Aauefs. Acesso em: 4 mai. 2020.

COSTA, Sergio Corrêa da. A diplomacia do marechal: intervenção estrangeira na Revolta da Armada. 3ª ed. - Brasília: FUNAG, 2017. (História diplomática). Disponível em: https://bit.ly/35Hgepq. Acesso em: 4 mai. 2020.

DOGENSKI, Larissa Copatti. Alexandre Cassiano do Nascimento (1859-1912): a trajetória do pelotense na política nacional. História em Revista, Pelotas, p. 187-198, v. 19, dez./2013. Disponível em

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

IMPERIAL ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E DE AGRICULTURA. In: DICIONÁRIO histórico-biográfico das ciências da saúde no Brasil (1832-1930). Disponível em: https://bit.ly/3epJggn. Acesso em: 26 mai. 2020.

NASCIMENTO, Alexandre Cassiano. Dicionário histórico-biográfico da Primeira república 1889-1930. Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: https://bit.ly/2ZEoa9S. Acesso em 27 abr 2020.

 

 

 

 

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