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José Gomes Pinheiro Machado

Publicado: Quinta, 22 de Fevereiro de 2024, 00h00 | Última atualização em Quinta, 14 de Março de 2024, 11h50 | Acessos: 201

Nasceu em Cruz Alta, província do Rio Grande do Sul, em 8 de maio de 1851. Era filho de Antônio Gomes Pinheiro Machado, juiz municipal e deputado provincial e geral, e de Maria Manuela de Oliveira Aires. Seu pai era paulista de Sorocaba, mudara-se para São Luís das Missões, no Rio Grande do Sul, atual São Luís Gonzaga, após participação na revolta liberal de 1842. Seus irmãos Ângelo Gomes Pinheiro Machado e Salvador Pinheiro Machado tiveram atuação política relevante. O primeiro foi deputado federal em diferentes legislaturas e o segundo, vice-presidente e presidente do Rio Grande do Sul (1913-1918). Em 1865, ingressou na escola preparatória, anexa à Escola Militar do Rio de Janeiro, abandonando os estudos no ano seguinte para alistar-se como voluntário na Guerra do Paraguai (1864-1870). Desligou-se do Exército em 1868, retornando para São Luiz das Missões, onde se dedicou aos negócios da família. Em 1874, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde já estudavam seus dois irmãos, concluindo o curso em 1878. Na faculdade, integrou o movimento político de propaganda republicana, onde foi contemporâneo de Júlio de Castilhos. Foi um dos fundadores do Clube Republicano Radical, em 1874, e do periódico de divulgação O Republicano. Após formado, trabalhou como advogado em sua cidade, tendo se engajado na propaganda republicana e na criação do primeiro clube republicano do Rio Grande do Sul, em São Luiz das Missões, sendo o seu primeiro presidente. Em 1882, participou da fundação do Partido Republicano Riograndense, ao lado de nomes importantes do cenário político local, como Venâncio Aires, Júlio de Castilhos, Demétrio Ribeiro, Alcides Lima, Apolinário Porto Alegre, Ramiro Barcelos, José Pedro Alves e Assis Brasil. Foi intendente do Conselho de Intendência Municipal de São Luís das Missões, no período 1887-1890. Após a Proclamação da República, elegeu-se senador (1890-1891), pelo Partido Republicano Riograndense. Apoiou o governador Júlio de Castilhos contra o avanço do grupo político de Gaspar da Silveira Martins, líder do Partido Federalista do Rio Grande do Sul (PF), disputa que levaria à Revolução Federalista (1893-1895), que atingiu os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Licenciou-se do Senado para lutar na Revolução Federalista, ao lado das forças legalistas do governo do estado, apoiadas pelo presidente Floriano Peixoto. Ao fim do confronto, reelegeu-se para o Senado em diferentes legislaturas, mantendo-se no cargo eletivo de 1891 a 1915. Integrou a oposição ao governo de Prudente de Morais, que não havia sido apoiado pelos gaúchos nas eleições presidenciais, e foi acusado de cúmplice do atentado contra o presidente, perpetrado por um soldado combatente em Canudos e que resultou na morte do ministro da Guerra, Carlos Machado de Bittencourt, em 5 de novembro de 1897. Decretado estado de sítio, foi conduzido ao encouraçado Riachuelo, onde ficou preso por 37 dias, libertado por falta de provas. Sua enorme influência e projeção no cenário político brasileiro era alvo de contumazes críticas, como as realizadas pelo Correio da Manhã, do jornalista Edmundo Bitencourt. Tais ataques levaram-no a desafiar o jornalista a um duelo de armas de fogo, realizado em 23 de maio de 1906, onde Bitencourt saiu ferido. Sofreu um atentado, que resultou em sua morte, sendo apunhalado pelas costas no saguão do Hotel dos Estrangeiros, por Francisco Manso de Paiva Coimbra, um padeiro desempregado nascido no Rio Grande do Sul, crime sem motivações políticas aparentes. Em 1867, durante a Guerra do Paraguai, ganhou a estrela de primeiro cadete do 4º Corpo de Cavalaria, e, em 1894, foi agraciado com o título de general de brigada, por destacar-se nas campanhas durante a Revolução Federalista no Sul. Morreu no Rio de Janeiro, em 8 de setembro de 1915.

Daniela Hoffbauer
Mar. 2023

 

Bibliografia

DEVINCENZI, Diego Speggiorin. A crista do Chantecler: Pinheiro Machado no jogo das mediações políticas brasileiras (1889-1915). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2018. Disponível em: https://shre.ink/TZvX. Acesso em: 31 mar. 2023.

MACHADO, Ângelo Gomes Pinheiro. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://shre.ink/TZbj. Acesso em: 1 dez. 2023.

PINHEIRO Machado. In: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário biográfico ilustrado de personalidades da história do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012. p. 999.

PINHEIRO Machado. In: ABREU, Alzira Alves de (coord.). Dicionário histórico-biográfico da Primeira república (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora FGV. Disponível em: https://bit.ly/3Kl84b1. Acesso em: 30 mar. 2023.

PINHEIRO Machado. In: CÂMARA DOS DEPUTADOS. Disponível em: https://shre.ink/TZd2. Acesso em: 1 dez. 2023.

 

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