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Caderno Mapa n.8- A Secretaria de Estado do Negócios da Marinha

presidência do Real Erário, criado no Brasil através do mesmo decreto), d. Rodrigo de Souza Coutinho,

o conde de Linhares, e d. João Rodrigues de Sá Melo Meneses, o visconde de Anadia. Remete a esta

data, portanto, a origem da implantação da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha no Brasil,

que serviria anos mais tarde como base da estrutura administrativa do país recém-independente. Este

trabalho buscará analisar o funcionamento, as reformas e transformações pelas quais esta secretaria

passou no período imperial, desde a independência do Estado brasileiro até 1891, ano da primeira

constituição republicana do Brasil.

Antes de aprofundarmo-nos nas legislações e normas pertinentes a este campo da administração,

cabe-nos destacar algumas especificidades deste ramo peculiar que é a Marinha de Guerra. Como

aponta Herick Marques Caminha em seu livro “

História Administrativa do Brasil – Organização e

Administração do Ministério da Marinha no Império

”:

O poder naval de uma nação (…) é consubstanciado na sua Marinha de

Guerra, força armada destinada a atuar no mar, sob o mar, sobre o mar e

do mar. Em tempo de guerra, os elementos que se destinam a atuar em

força são subordinados a comandantes operativos, apoiados por

estabelecimentos logísticos

(arsenais, hospitais, centro de formação e

treinamento de pessoal, etc.). (…) Em tempo de paz, a Marinha de Guerra

é preparada, adestrada e administrada por uma estrutura organizacional – o

Ministério da Marinha – encabeçada por um funcionário de altíssimo nível

hierárquico – o Ministro da Marinha – e integrada por um conjunto de

órgãos

de direção geral e direção especializada, unidades operativas

destinadas à

aplicação da força quando necessário, e

estabelecimentos de prestação de serviços

de apoio.”

(CAMINHA, 1986, p.44)(grifos do autor

)

Diante de diversas abordagens possíveis que poderíamos adotar diante da Marinha de Guerra

brasileira no período imperial, optamos por observar este setor do Estado a partir de uma análise

burocrática administrativa, privilegiando, assim, os aspectos jurídicos institucionais deste órgão e seus

regulamentos e estruturas centrais, bem como de suas repartições subordinadas, criadas, extintas e

reformadas no período estudado. Desta forma acreditamos que, observando a forma como o aparato

estatal se moldou para gerir este campo, poderemos identificar diferentes políticas e grupos sociais que

atuaram neste período de construção do Estado nacional, seus projetos, e o que deixaram como legado

neste ramo da administração pública brasileira.

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