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Tristão de Alencar Araripe

Publicado: Quinta, 19 de Agosto de 2021, 10h10 | Última atualização em Sexta, 15 de Dezembro de 2023, 14h46 | Acessos: 2802

Nasceu na vila de Icó, na província do Ceará, em 7 de outubro de 1821. De tradicional família de origem pernambucana, era filho de Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e de Ana Tristão de Araripe. Sua avó paterna, Bárbara Pereira de Alencar, é considerada heroína da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador (1824), movimentos de que participaram também seu pai e seu tio, José Martiniano de Alencar, senador e presidente da província do Ceará. Fez seus primeiros estudos em sua província natal e mudou-se para Recife, onde fez o preparatório para o ingresso na Faculdade de Direito de Olinda, que começou a frequentar em 1843. Transferiu-se para a Faculdade de Direito de São Paulo, onde obteve o diploma em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1845. Fez uma longa e destacada carreira na administração imperial, comum aos homens do século XIX oriundos da elite das províncias. Iniciou na magistratura como juiz municipal e de Órfãos do termo da comarca de Fortaleza e vila de Aquiraz (1847). Em seguida, foi juiz de direito da comarca de Bragança, no Pará (1854), chefe de polícia no Espírito Santo (1856-1858) e em Pernambuco (1858-1859), e juiz da vara especial do comércio de Recife (1861). Nomeado desembargador da Relação da Bahia (1870), foi removido, sucessivamente, para a corte (1871), São Paulo (1873) e novamente para a corte (1874). Na administração provincial, foi o quinto vice-presidente da província de Pernambuco (1868-1872) e assumiu o cargo de presidente das províncias do Rio Grande do Sul (1876-1877) e do Pará (1885-1886). Foi indicado para o Supremo Tribunal de Justiça (1886) e, com a instauração da República, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (1891), onde permaneceria até sua aposentadoria (1892). Na política, iniciou como deputado provincial na Assembleia Legislativa do Ceará, da qual foi presidente (1849-1850), tendo sido eleito deputado geral nas legislaturas de 1869-1872, 1872-1875, 1878 e 1886-1889. Em 1891 (jan.-jul.), durante o Governo Provisório, foi nomeado pelo presidente Deodoro da Fonseca ministro dos Negócios da Fazenda, em substituição a Rui Barbosa, quando enfrentou os efeitos da política econômica do Encilhamento, executando um controle de gastos de forma a equilibrar o orçamento da União e conter a especulação financeira. Ainda sob Deodoro da Fonseca, foi ministro do Interior de maio a novembro de 1891 e interino da pasta das Relações Exteriores. Recebeu do governo imperial o oficialato da Ordem da Rosa. Pertenceu a várias associações científicas e culturais, como a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do qual foi sócio correspondente. Considerado o primeiro historiador do Ceará a ser admitido nos quadros do IHGB, teve uma extensa produção intelectual voltada aos temas jurídico, histórico e geográfico, com especial destaque para o esforço empreendido ao escrever a história de sua província, em um diálogo com a história nacional produzida pelo IHGB. De sua autoria destacam-se as seguintes obras:  História da província do Ceará (desde os tempos primitivos até 1850), A questão religiosa (1873); Como cumpre escrever a história da pátria (1876); Patriarcas da Independência (1876); Consolidação do processo criminal do Império do Brasil (1876); Primeiras linhas sobre o processo orfanológico (1879); Pater-familias no Brasil nos tempos coloniais (1880); Visconde do Rio Branco na maçonaria (1880); Guerra civil no Rio Grande do Sul (1881); Notícias sobre a Maioridade (1882); O Ceará no Rio de Janeiro (1884); Classificação das leis do processo criminal e civil (1884); Código Civil Brasileiro (1885); Neologia e neografia geográfica do Brasil (1885); Expedição do Ceará em auxílio do Piauí e Maranhão (1885); Independência do Maranhão (1885); Movimento colonial da América (1893); Primeiro navio francês no Brasil (1895); Cidades petrificadas e inscrições lapidares no Brasil (1896); e Primazias do Ceará (1903). Morreu no Rio de Janeiro, em 3 de julho de 1908.

Daniela Hoffbauer
Jun. 2020

 

Bibliografia

ARARIPE, Tristão de Alencar. In: DICIONÁRIO Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930). Disponível em: https://bit.ly/2zA0CYZ. Acesso em: 27 maio 2020.

ARARIPE, Tristão de Alencar. In: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Disponível em: https://bit.ly/3fsFP9e. Acesso em: 1 maio 2020. 

SILVA, Leandro Maciel. Tristão de Alencar Araripe e a história da província do Ceará. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: https://bit.ly/37v1ISi. Acesso em: 5 jun. 2020.

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