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Duarte Coelho Pereira

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Nasceu na província de Miragaia, Porto, Portugal, em [c.] 1485 . Descendente da nobreza agrária de Entre Douro e Minho, era filho bastardo de Gonçalo Coelho, escrivão da Fazenda Real e comandante da segunda expedição exploratória que veio ao Brasil (1503-1504). Ingressou na Armada portuguesa em 1509, na esquadra de d. Fernando Coutinho, partindo em missão para a Índia. Esteve ainda na China, Vietnã, Indonésia e Tailândia. Ao regressar a Portugal, em 1529, foi nomeado por d. João III embaixador extraordinário na França. Nesse mesmo ano parte com a missão de fiscalizar portos e fortificações na África e patrulhar o mar de Açores. Comandou a frota portuguesa encarregada de expulsar os franceses da costa brasileira, em 1532. Para assegurar a posse efetiva da colônia na América, sob constante ataque estrangeiro, foi instituído por d. João III o sistema de capitanias hereditárias, concedidas em doação. Recebeu como prêmio pelos serviços prestados à coroa portuguesa a capitania de Pernambuco por carta de doação datada de 10 de março de 1534. Chegou ao Brasil em 9 de março de 1535, ano em que fundou a vila de Iguarassu. Instalou ainda o povoado de Olinda, que, em 1537, foi elevado à categoria de vila. Lutou contra índios hostis à presença portuguesa, importou escravos da Guiné, estimulou a vinda de novos colonos, inclusive cristãos novos. Distribuiu sesmarias e promoveu o casamento com as índias, como forma de assegurar o povoamento. Incentivou a criação de gado, o cultivo de algodão, o plantio para subsistência e a produção de cana-de-açúcar. Com a rápida expansão dessa cultura, em 1550 a capitania já contava com cinco engenhos. Associou-se financeiramente a comerciantes do Reino, que faziam a distribuição de sua produção açucareira para a Europa. O incremento do comércio levou à criação de estaleiros, para construção de barcos para transporte de mercadorias. Foi contrário à criação do cargo de governador-geral do Brasil em 1548 – assumido por Tomé de Souza – defendendo a autonomia conferida pela carta de doação de sua capitania, que denominava Nova Lusitânia. Brites de Albuquerque, sua mulher, substituiu-o no governo da capitania após sua morte em Lisboa, Portugal, em 1554.


Bibliografia
ABREU, C. de. Capítulos de história colonial. Brasília: Senado Federal, 1998. Coleção Biblioteca Básica Brasileira, volume 65.

GOUVÊA, M. F. S. “Duarte Coelho”. In: VAINFAS, R (dir). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

PORTO, José da Costa. Duarte Coelho. [Rio de Janeiro]: Departamento de Imprensa Nacional, 1961.

REVISTA DO INSTITUTO ARQUEOLÓGICO E GEOGRÁFICO. Recife, n. 48, jan., p. 3-11, 1896.

ZÚQUETE, Afonso E. Martins. “Dom João terceiro e sua descendência”. In: Nobreza de Portugal. Lisboa: Editorial Enciclopédia, 1960, volume I.

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